Projeto de autoconstrução indígena assistida na Aldeia Água Bonita, em Campo Grande é vencedora do Prêmio Selo de Mérito 2020 na categoria Relevância Social e Urbana. Famílias indígenas em situação de vulnerabilidade, morando em barracos de lona e madeira estão sendo beneficiadas com casas de alvenaria.
O Prêmio será entregue pela Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos de Habitação (ABC).
As 79 unidades habitacionais construídas na aldeia fazem parte do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) e conta com a parceria dos governos Federal, Estadual e Municipal.
Parceria entre a Agehab e a Prefeitura levou qualificação profissional através da Fundação Social do Trabalho (Funsat) para indígenas e moradores das regiões próximas. As aulas foram ministradas em salas construídas na própria comunidade. Além da qualificação, os alunos recebem alimentação e um salário mínimo por mês pelos serviços de construção civil na aldeia.
Do início do projeto, em 2018 até agora, o crescimento tem sido notável na aldeia. Barracos foram demolidos e casas novas começaram a mudar o cenário do local. “Parece até que mudamos de bairro”, diz o morador Orestes Coelho, de 79 anos.
Outra moradora que não segurou a emoção quando entrou na casa nova foi Nivana Dias, de 40 anos. Mãe de 5 filhos, ela se diz realizada com a conquista. “Não tem coisa melhor do que a gente morar numa casa boa, que não molha, que é quentinha”, disse Nivana ao se recordar do antigo barraco.
A comunidade é assistida por assistentes sociais que realizam um trabalho de conscientização das famílias oferecendo cursos de geração de renda, palestras de administração financeira e oficina de brinquedos.
Segundo a diretora-presidente da Agehab, Maria do Carmo Avesani Lopez a premiação mostrou a importância do trabalho em equipe. “Estamos muito felizes com esse prêmio, é a conquista de pessoas que não mediram esforços para que famílias pudessem realizar o sonho de uma moradia digna”.
As casas estão sendo entregues por etapas. Conforme vai sendo concluída, os barracos são demolidos e a família recebe a chave.
Fotos: Edemir Rodrigues