Soluções sustentáveis para resíduos sólidos marcam segundo debate da ABC no Smart City

Categoria: Geral | Publicado: terça-feira, março 29, 2016 as 17:58 | Voltar

A segunda mesa de discussão promovida pela Associação Brasileira de Cohabs (ABC) no Smart City 2016 abordou o tema Destinação dos resíduos sólidos nas cidades – soluções sustentáveis. Coordenado pelo diretor regional norte da ABC e secretário municipal de habitação de Belém (PA), João Cláudio Klautau, o debate desta segunda-feira (28) contou com a participação de quatro expositores.

Cidade sede do evento, Curitiba apresentou à plateia seu conjunto de ações para a questão dos resíduos sólidos, através da palestra do secretário municipal do meio Ambiente, Renato Eugênio Lima. Pioneira na coleta seletiva, a capital paranaense segue inovando na busca por sustentabilidade. “Não podemos considerar uma cidade como inteligente se ela não for sustentável”, ressaltou Lima, em alusão ao nome do evento.

Entre as novidades curitibanas, destacam-se as Estações de Sustentabilidade. São até agora 10 equipamentos públicos preparados para entrega voluntária de resíduos recicláveis por moradores da região em que é instalado. Exemplo de reutilização, as estações funcionam em containers marítimos com vida útil vencida, adaptados para a nova função. O novo modelo visa envolver os cidadãos na gestão dos resíduos sólidos, aperfeiçoar a coleta seletiva e criar mais um mecanismo de inclusão social, ao delegar a administração dos resíduos para associações comunitárias.

O aproveitamento do material coletado nesses equipamentos é de 98%, enquanto nos caminhões de coleta seletiva o percentual é de apenas 60%. As estações garantem um menor envio de resíduos para o aterro e em consequência uma redução no custo do sistema. “Se conseguirmos diminuir em 1% o volume de lixo produzido, isso representaria uma redução de quase R$ 2 milhões no custo do sistema, valor que poderia ser investido em outras benfeitorias”, disse Lima.

Bioenergia

O diretor de meio ambiente da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), Glauco Requião, apresentou o projeto de uma usina de bioenergia que produzirá biogás e biofertilizante a partir de resíduos orgânicos e do lodo gerado nas estações de tratamento de esgoto.

O lodo, somado a outros resíduos sólidos orgânicos de grandes geradores, como shoppings, supermercados e Ceasa, será transformado em energia, por meio do processo de biodigestão anaeróbia, que produz um biogás composto de 62% de metano e 38% de CO2.

Ainda em fase de projeto, a usina é fruto de uma parceria da Sanepar com a iniciativa privada e será instalada em Curitiba. “Além do gás gerado, o processo termina em um produto final estabilizado, que pode ser comercializado como biofertilizante, livre de odores e de ótima qualidade”, explicou Requião.

Ecodiesel

O evento contou também com a apresentação de Heráclito Ribas, diretor da Altrio Consulting Brasil, empresa responsável por um projeto que transforma lixo em ecodiesel. O processo de despolimerização catalítica do plástico e outros resíduos sólidos resulta em um combustível mineral sintético, chamado de ecodiesel. “O lixo de uma determinada comunidade pode gerar até 10% da energia consumida pela mesma comunidade”, destacou Ribas.

Restos de construção

Representando a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Lilian Sarrouf expôs a respeito dos resíduos sólidos da construção civil. “Trata-se de um problema que incomoda toda grande cidade”, afirmou. De acordo com ela, 61% dos resíduos sólidos descartados vem da construção civil, contra 28% do lixo doméstico e 11% de outros.

Entre os desafios para o setor está a maior sustentabilidade nos canteiros de obras. “A CBIC lançou um Programa de Construção Sustentável para incentivar os geradores de resíduos a encontrarem formas de diminuir esta geração e em consequência reduzir os desperdícios de material. Atualmente existem muitas tecnologias que reduzem o descarte de resíduos da construção civil”, ressaltou.

Fonte: ABC Cohabs

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